Vermelho sangue de preto

Sangue que escorre das costas

Vermelho da raça no negro aflorou

Chicote de trança nas costas do negro

Trança nagô na cabeça formou

Influência no sangue, bombeia o meu peito

Da palma ao pulo, rasteira é enredo

O som do atabaque, agogô e pandeiro

Na volta do mundo que o negro girou

No olhar pela dança no branco o receio

Na roda a esperança de parar o sinhô

O navio carregado completa o ensejo

A escravidão nesse mundo será que acabou?

Muleque surtado afastou-se do meio

Trocou o gatilho, virou um dotô

Amarga lembrança no seio do mundo

Jugou um filho por causa da cor