CAFEZAL
CAFEZAL
Na fazenda do Barreiro
As férias eu passava
Feliz corria o dia inteiro
Sem medidas eu brincava.
No cafezal eu encontrava
Minha alegria maior
Durante a bela florada
Se cobria com um branco lençol.
Depois as brancas flores caiam
Para dar lugar as verdes frutas
Que cresciam e avermelhavam
Exibindo sua força de luta.
O tempo passava e amadurecia o café
Quando chegava a época certa
A “panha” começava de lé a crê
E os colonos trabalhavam na linha reta.
Das casas brancas os colonos saiam
Felizes cantando as modas em fileiras
Para a “panha” do café felizes eles iam
Levando jacás lonas e também peneiras.
O fértil chão com lonas era forrado
E os “panhadores” trabalhavam nas leiras
Sorrindo puxavam os galhos pejados
E o rico e bendito café caia até as beiras.
Os varredores os grãos ajuntavam
Os jacás enchiam e no carro viravam
O carro de bois com tapume de couro
Levava para a fazenda todo o verde ouro.
No terreiro o café era despejado
E os moleques espertos o espalhava
E dias e dias seguidos ele era rodado
Para secar e nada atrapalhava.
Depois de seco e bem peneirado
Os jacás eram cheios e no carro virado
Levados pelos bois para ser beneficiado
Untado de azeite preto o carro cantava.
O café bem limpo era ensacado
No Barreiro era guardado na tuia
O comprador com preço ajustado
Fechava o negocio com o dinheiro na cuia.
Novamente os carros cantavam
Levando o café limpo e vendido
E quando os carreiros voltavam
Longas distancias tinham vencido.
O ouro verde “panhado’ encerrada a tarefa
O fazendeiro feliz e endinheirado
Fazia com a família e seus colonos a festa
Era o encerramento da “panha” Deus Era Louvado.
Maria Aparecida Felicori {Vó Fia}
Nepomuceno Minas Gerais Brasil