ONDE O DESEJO MORA
Não estou disposto
A pensar no seu rosto agora
Por tudo que me foi proposto
Faço o oposto de quem sempre implora.
Sigo outros rumos pra sentir o gosto
De outras bocas onde o desejo mora.
E se eu acordar meio indisposto
Fico por lá e não vou embora.
Se alguma lágrima molhar meu rosto
Serão alegrias de quem se melhora.
Por superar tudo que foi desgosto
Este poeta hoje já não chora.
Não sou cusco louco, só nasci em agosto,
Nos outros meses vou fazer a hora.