FICÇÃO

Como uma máquina

do tempo,

eu gosto de verter

o néctar de flores

nas asas das abelhas.

De desenhar girassóis

com lapiseira

de arco-íris,

cantando cantigas

de bem-me-quer.

De brincar

de esconde-esconde

com meus fantasmas,

vestindo lençóis

de néon

no espectro do espelho.

De cricrilar

pela grama

úmida e refrescante

depois da chuva de verão,

em noites de pirilampos

e cibalenas dançantes.

De passear

pelas caudas dos cometas,

sem viajar de Enterprise

ou de Stardust,

nem precisar

de dobra de tempo,

ou diário de bordo.