O MAR

Ao som do marulhar das ondas,
Sentada na areia fresca,
Ela sentiu as lembranças brotarem
Trazidas pelas ondas dos sentimentos.

Devagar, rolaram pelo seu rosto
Lágrimas doces,
Elas fluiram serenas,
E uniram-se ao oceano.

Olhou embevecida, o alvorecer
Que abria a cortina do dia, 
E deixava a luz adentrar
Assim, a noite obediente, se recolhia.

Passou devagar os dedos pela areia úmida,
E viu-se criança, a correr feliz.
As férias, eram sempre vividas, à beira mar,
Época em que, tudo era festa, tudo era belo.

Naquele tempo, a água do mar, 
Tinha um gosto doce feito mel,
E a areia, era como pluma macia
Sob os seus pés.

Ensimesmada, ela se perguntava:
Quando será que o mar ficou salgado?
E a areia tão áspera?

Devagar, levantou o olhar,
E lá estava ele: o oceano.
Majestoso e belo!
Em paz, ela sussurou:
"Ao menos você, não mudou".


(Imagem: Lenapena- Praia de Tabatinga)

 
Lenapena
Enviado por Lenapena em 19/11/2014
Reeditado em 19/11/2014
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