VIAGEM LITERÁRIA
Entrei em declínio
Com o romantismo
E seus ideais
Nada de individualismo
Espírito criativo
Muito menos sonhador
Virei realista
Pensei nos conflitos
Do ser humano
Suas tramas psicológicas
Cenas cotidianas
Visão irônica do real
Mas meu inconsciente
Retomava ao "fugere urbem"
Amava a natureza
Nela perscrutava o ser amado
Desenhava nas árvores
Corações flechados
Cercados de bucolismo
Um dia, meti-me a besta
Resolvi-me parnasiana
Rigor formal
Versos decassílabos
Arte pela Arte?
Sei lá! Formal demais!
Muitas vezes
Os mistérios da morte
Carregaram-me de subjetivismo
E minha literatura
Foi tachada de
Alienadamente simbolista
Mas gostei mesmo...mesmo
Foi de tirar as algemas
Das minhas palavras
Escrever o que quero
O que sinto...
Sem o jugo da métrica
Muito menos da rima
Quero ser autêntica!
Quero ser modernista!