VIAGEM LITERÁRIA

Entrei em declínio

Com o romantismo

E seus ideais

Nada de individualismo

Espírito criativo

Muito menos sonhador

Virei realista

Pensei nos conflitos

Do ser humano

Suas tramas psicológicas

Cenas cotidianas

Visão irônica do real

Mas meu inconsciente

Retomava ao "fugere urbem"

Amava a natureza

Nela perscrutava o ser amado

Desenhava nas árvores

Corações flechados

Cercados de bucolismo

Um dia, meti-me a besta

Resolvi-me parnasiana

Rigor formal

Versos decassílabos

Arte pela Arte?

Sei lá! Formal demais!

Muitas vezes

Os mistérios da morte

Carregaram-me de subjetivismo

E minha literatura

Foi tachada de

Alienadamente simbolista

Mas gostei mesmo...mesmo

Foi de tirar as algemas

Das minhas palavras

Escrever o que quero

O que sinto...

Sem o jugo da métrica

Muito menos da rima

Quero ser autêntica!

Quero ser modernista!

Jô Tauil
Enviado por Jô Tauil em 18/11/2014
Código do texto: T5040348
Classificação de conteúdo: seguro