A VIÚVA FOGOSA

Creuza nem deixou o defunto descer pro buraco

Já tava de olho num cabra que fingia chorar

Lágrimas de crocodilo, era de se esperar

Acostumada ao luxo sempre ostentava grandeza

Desfilava com boas roupas, vida de dondoca levando

Diziam que chifrava o falecido, ela pouco ligando

Terminado o féretro ao seu lar retornou

As lágrimas secaram, Creuza não estava chorando

Lembrou-se dos abraços, no cangote alguém fungando

E esse cara que fingia chorar era Manuel

Que foi parar na casa da mulher agora sozinha

Doido para um papo ou para dar uma totinha

Passaram-se alguns dias, a mulher já era outra

Começou a sair e por homens ser paquerada

Danou-se pro shopping, lá já era esperada

Fingia olhar as vitrines, mas nada queria comprar

Não tinha mais compromisso, foi vista até em motel

E sabem com quem? Com o tal do Manuel

Desfilava pelas ruas com ar de menina moça

Manuel por ela já estava apaixonado

Mas por trás ele tava sendo enganado

Pelo jeito Creuza não queria coisa séria

Seu negócio era homem, festa e dinheiro

Tem que rebolar quem quiser segurar seu traseiro

Dona de um corpo belo e invejável

Creuza despertava nos homens admiração

Antes da viuvez vivia mais de encenação

Todos diziam que nunca gostou do marido

Agora livre e desimpedida mostra seu cartaz

Transa com qualquer um, por dinheiro é capaz

Antes vivia embutida por causa do seu marido

Mas hoje é passarinho que teve a gaiola aberta

Quem quiser que fale, sua vida está descoberta

Não interessa a ninguém cuidar da sua vida

Quem tem o que é seu dar a quem quer, não importa

Se achar ruim bata a cara na porta até ficar torta

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 18/11/2014
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