A LA MANCHA, OS MEUS MOINHOS

Meus sonhos giram

movidos pelo vento,

dão-me energia.

Guardo-os como Amsterdã

o faz com seus moinhos,

prossigo em montaria.

A La Mancha, como Don Quijote

A enfrentar aquellos

de los brazos largos,

Fantasiosos gigantes.

Como em Criptana,

Sou moinho

vigiando o horizonte.

“Eles podem romper-me as armas,

Mas não meu coração”.

Inutilmente, poeta, inutilmente

Cartola, disseste em vão.

O mundo é um moinho,

Avisou-a

que não “triturasse sonhos”

no caminho.

Foram eles reduzidos a pó

Como em La mancha

entre pedras do moinho, a mó

triturando sementes

e desejos del Quijote de Cervantes.

E eu, que acredito no que penso,

deixo que gire o mundo,

a realidade eu dispenso

e procuro, bem fundo,

em Minh'alma, atrás da platibanda

a energia pura e eólica

dos moinhos de Holanda.

Dalva Molina Mansano

15:13

18.11.2014

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 18/11/2014
Reeditado em 19/11/2014
Código do texto: T5039953
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