"Agenda"

“Agenda”

Depressão é a Quarta da semana

Espremida entre uma segunda Terça

E outra Quinta que profana

A sexta em que a precipita.

Vem de pressão em pressão, decaída.

E cai, despenca; rebenta balaio consumido.

Precipitação de um fora para o fundo

Liquefeito na evasão insana. Um Sancho

De Quixote prescindido.

E emenda vazios com vazio não cerzido.

E no frio, respinga ainda suor na agenda,

Comprimindo risco, cuspe e fato

Num garrancho esquartejado.

Compreensão? Coisas da vida? Não!

Depressão é a letra tremida.