Espiritual

Sei pouco sobre o que existe

No porto, final da estrada

Bolhas e ventos se enfrentarão

Pela unanimidade dos átomos

Não sei se a unidade

(Que me anima)

Permanecerá para a gloria minha

E a animosidade dos deuses

Me abraço nos escritos antigos

Dos velhos anacoretas

Que se debruçam, silenciosos

Na suavidade dos mosteiros

Amanhã é primavera

Os bosques se enfeitarão

De flores e de pássaros

Para a ressurreição

A alma do mundo, creio

Não se esgotará em mim

Tudo canta e tudo vibra

Uma sinfonia sem fim

Espero que a vida me poupe

Do não viver, do não existir

Premio único que gostaria

De carregar pela eternidade