POEMA AO PONTO SEM NÓ!

Eu gosto demais da poesia,

-mesmo da de pauta simplória-

Essa da crença inglória.

Mas nem por isso me esqueço...

Da vida já pelo avesso.

Das rimazinhas vazias,

De nenhuma delas sequer.

Em tudo vai meu verso em colher!

Poesia é qual mão na massa.

Gotejada, ou só sovada,

Ou mesmo em colheradas...

Qual brigadeiro sem ponto

Dando gosto ao contra-ponto

Dos tantos pontos sem dó.

No fermento do desalento,

Não desisto...versejo meu nó!

Um nó de verso pensado:

Meu verso nunca é desandado.

E ao tamanho caos do universo,

Só versos eu arquiteto!

Projeto aos tantos anteversos.

Do verso branco, ao burlado

Ao do direito furtado

Quantas rimas ao cenário...

Do mudo abecedário...

Do pé descalço ao percalço!

E ao poema assincrônico...

-esse de todo dia-

De cada sofrida esquina!

À toda poesia circense

A essa que brinca com gente:

Jamais faço verso anacrônico!

Se é verso em assincronia

Poesia...eu lhe versejo harmonia.