O mundo não havia on-line

I

Viva a vida rural, urbanos!

A vida de liberdade rural!

Da beleza da galinha e do ovo.

Útil sentimento de espaço do povo.

II

Mundo agricultado,

Galo na cerca, rádio da alvorada.

III

Como é bonito ser rural.

Como é fixo o toque do campo

Perto do mar entre lagoas.

Caminho equilibrado de canarinho e alvorada,

Paz de Deus, cavalo pangaré de São Jorge,

Luzes distantes são faróis solitários,

De silêncio tem-se a vaca ruminando boldo.

A galinha cacarejando ao grão de milho.

Lenha. trigo e fogão.

III

Choveu não choveu?

Salvem a lavoura de loteria do azar!

Como é lindo ser rural!

Rural que produz subsistência e exporta.

IV

Por caridade o dono de todas as terras e além-terras

Gruda o olho no teco-teco estendido na planura.

Ai mundo rural: a rede não dá tomate...

A química é que é o milagre dos pães.

Sem queixumes: O mundo ainda não havia on-line.

Terra boa de eucaliptos, o mundo ainda não havia on-line.

V

Os serviços continuam o mesmo para o campo.

A cidade traz progresso, o campo produz sucesso.

Sem chilique ninguém espanta caturrita de lavoura

Com a intencionalidade de leque.

VI

O campo como

Do campo me alimento

Do campo rumino e pasto.

Como a parte maior da gordura na herança.

Como o gomo do principal da estrutura.

Campo, foro e lavoura.

IV

Passa um renque de pinheiros

Passa Pavão Larralde no azulado da tarde

Ser rural de interior urbano é ser grande

Já temos de tudo: caixa de leite, refrigerante.

A cidade grande é insana, indefesa, sufocante.

V

Ai rural de melancolia sem latifúndio...