Sem Volta.
perdida mais uma vez
duas, três, quem sabe
até quatro vezes mais
a minha frente um teto
Telhas cor de barro
Na cabeça vozes ecoam
E ao longe um estalo
Lambo as feridas da noite anterior
Os pavores regados a horrores
Ainda cintilam em minha memoria
A certeza do não tantas vezes dito
O vazio certo que nunca foi preenchido
Sangra sem parar até as cinco da matina
O sol como sempre sorrateiro
Entras pelas frestas das paredes mal feitas
E como o gelo de suas palavras
Me derreto ao primeiro raiar de sol
Perdida uma vez mais
Já sabendo que não voltarei jamais.