TÚNEL TEMPO
I
Quando o peito enche e o escoadouro emperra
Resta apenas contorcer-se em dores de parto
Quase eterno isto sem crias para mostrar
Só para dedicar
O filosofar, o pensar
Nas noites mais gélidas
Pérfidas
De um abobalhar
Inocente, puro e besta.
II
Quando a comporta não porta
Mais o mesmo favo que adocicou o mel
Na colmeia
Onde a abelha mãe-rainha
Desistiu de lutar pelo enxame.
Aí então viagens foram
Marcadas para o além e foi lá que
Descobriu-se o:
Alerta do todo – cuidado!
Não perca a fábrica dos teus
Sonhos.
III
Quando todos se embebedam
No seu próprio embriagar-se,
Sórdida sorte de almas
Penadas
Que vagueiam pelos cemitérios
Vitais, onde o eu do teu
Está no nosso.
IV
Quando se atravessa a rua
Da vida, sem beco e sem nego,
Ego de um mísero, patético
Humano quase sem finda
Vindo do parir em nada...
V
Pobre! Rico.
Não se sabe jamais, pois é assim.
Nestes envieses
Do sempre querer
Existir.
Resistir
Persistir...
Insistir... Tá bom!!!
Eugênio.
11.03.05
Itaobim.