Aglomerados do imaginário.

O cursor pisca na tela

Que tem de fundo

Uma página em branco.

Meus pensamentos,

Oscilam juntamente

Com o traço negro,

A casa piscada um mundo diferente

O coração também tem

Os seus batimentos diferenciados

Um líquido amargo desce pela garganta

Estática ali, nada me chamava atenção.

A garota abriu a porta

Colocou a bandeja na mesa

Ajeitou a beirada do tapete

E sem a menor intenção

Deixou o envelope

Cair ao chão.

O cursou parou de piscar

O coração parou de bater

O que era amargo ficou doce

E saiu tudo pelos dedos

Palavras e mais palavras

Saiam, saiam e saiam

Aos poucos, tudo foi criando forma

Tudo foi ganhando cor

Tudo foi tomando seu rumo

Tudo.

Cidades, estados, países, planetas.

Tantos, aqui, ali, em todo o lugar

As pessoas se davam bem

Tudo era do jeito que tinha que ser

As páginas não tinham fim.

Criou-se ali um mundo particular

Com flores e frutos sem muitos espinhos

E perdida ali sem poder mais voltar

Fiquei presa em meu devaneio

Sem saber quando deveria voltar.