SARAU RIMA COM COREL DRAW

...

Verdadeiramente não queria dizer isto...

Uma vez posto que o que dito grafado não esteja...

Pouco importa, então, o que direi por esta via...

Mais uma cerveja...

Outro dito que não diz o que deveria...

(Enquadrando as imagens de um novo disco...)

Enquanto as regulo...

(num trampo que me comeu quase um dia)

Mordisco outro petisco...

Junto c'a gelada, estupidamente gelada,

Engulo, atravessada, essa poesia!

...

Ao longe um megafone quebra o silêncio na periferia...

Sobre o som do Mamonas Assassinas...

Churros, queijo de Minas (até sorvete!) o danado anuncia...

Parece um comercial de TV...

Eis sonoplastia que rompe poesia

Se não descrito não estaria escrito...

Mas nem depois de escrito escrito significaria

Escancarando e segredando o que dito e o que não...

Babaquices; nossas tolices...

A sanidade de nossas maluquices; pura pretensão...

Dizendo que diz só o que escolheu pra dizer...

Como se isso fosse coisa capaz de se fazer...

Ou, pelo menos, "imaginando" que assim o faz...

O invisível torna-se previsível demais...

Eis o que sempre me faz feliz:

Chamar ao dito o que não dito

Exatamente porque não diz do modo como diz o que diz que não diz...

Como sempre, terá dito que só o que dito...

Como sempre terá dito só o que dito

Ou até nada do que dito no que escrito...

Terá dito que só o que dito?

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 13/11/2014
Reeditado em 14/11/2014
Código do texto: T5034223
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