No meu Eu de Barros
Homenagem ao meu querido pássaro Manoel de Barros
No meu eu de Barros
Tentei colar figuras no alto do céu
Tentei tingir pássaros sobre o papel
Tentei fingir-me tronco para sentir o sorriso da formiga
Não consegui ser de Barros,
a infinitésima poeira do seu ser alado
Não consegui ser com Barros,
a melodia do graveto que me quebrava o cata-vento
Nisso de ser Barros
Nisso de estar com Barros
Percebi o quanto árvore me queria
o quanto a fauna me floria
O quanto eu pensava nesse dia
O dia em que Barros choveria
Sobre os nossos ombros
O dia em que iríamos nos desfazer pessoa
Para construir com balões de gás
A nossa alma poética
O dia em que Barros seria a resposta
Que tanto buscamos no eco