Poeta do infinito
Sobre o nada ele tinha profundidades
Foi um menino que carregou água na peneira
por toda vida
entre bichos do chão , pessoas humildes , aves , pássaros , árvores e rios
o poeta pantaneiro se criou .
Apanhador de desperdícios ,
Gorjeador de palavras ,
Engolidor de céu ...
Trazia sempre uma saudade muito esquisita escondida no coração
escutava o rio , conversava bobagens com sapos e árvores
e tinha preguiça de ser sério !
Poeta das insignificâncias
Feiticeiro das palavras
Eterna criança travessa
foi ao encontro de Bernardo para juntos
abrirem o amanhecer , fotografarem o silêncio
E receberem o presente do azul ...
“ A morte é indestrutível ... “
* Uma homenagem ao poeta Manoel de Barros que hoje nos deixou e foi poetar no céu ...