alem dos muros

Caduquei igual poste

Na beira do outono,

E meu canto seguiu fundo

Nas ribanceiras das coisas

Nunca vi uma borboleta

preso num chaveiro

talvez o que disse tenha

razão ao escuro do armário.

Dançando no mel

é mais fácil fazer amor

e cada pessoa repete

a vida toda a mesma

canção.

de modo que nunca

se mostra alem de seus

muros.

Cantei para poucos

E cantei mal.

Nunca soube o que

Se passava na minha

Frente, busquei no

Infinito a explicação para

As coisas simples.

E estava bem na minha frente

Não gosto de conversar

(somente quando o silêncio

quer falar)

Palavras demais desgosta

Da gente, e nos esgota do mundo

Simplesmente procuro

Sentir o perfume do invisível

Se colhermos bem as palavras

Podemos descer até longe

E nos afundar dentro das coisas

Mas de boca fechada

Porque barulho demais aleija a gente

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 13/11/2014
Código do texto: T5033609
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.