ALUCINAÇÕES
EU VEJO VULTOS POR ESTAS RUAS...
QUE ME PERSEGUEM NA LEMBRANÇA
DE SER REAL, OU VIVO OBJETO DE CONSUMO,
EU VEJO SURDOS OUVINDO MÚSICA
MAS TODA A ESSÊNCIA DA VIDA FOI REJEITADA,
MINHA CORDA PENDURA-SE A MAIS NADA
E MEU PESCOÇO FORJA-SE NOS GRILHÕES DE AÇO...
SINTO O SUSTO DA CONQUISTA DO ESPAÇO...
E MINHA MEMÓRIA CORRE NAS PAREDES ABSTRATAS,
EU VEJO A LASCÍVIA POBRE DOS MAGNATAS,
MEU TEMOR OCULTO REVELA A TIMIDEZ QUE
ESCONDE O MEDO...
VÊ!... AGORA CEGOS SÃO FOTÓGRAFOS
E MEU AR ESCASSO TRAVOU O CLOSE
DA MINHA VIDA...
NO SEM QUERER, A CHAGA TORNOU-SE FERIDA
E CAPTUROU O CADÁVER EM
SEU CAIXÃO HOMÉRICO
SENTE!
EU VEJO SURTOS DE MEMÓRIA
NO SINCRONISMO PATÉTICO DA HISTÓRIA
NA DOR DA VIDA DE UM CORAÇÃO QUE MENTE...
SEI!
MINHA CHAGA JA NÃO É MAIS INOCENTE
MAS POR TUDO ISSO, GENTE DE MEU PASSADO
POSSO VER QUE EXAGEREI ABERTAMENTE, E NOTEI...
UM PLEBEU NUNCA LEVOU
UMA VIDA DE REI...
E EU POSSO SENTIR O DEMAIS...
E A TONTURA QUE A ESTAR NOS SEGUE
NO ROSTO SÚBITO DE UM
ESPELHO HUMANO... QUE SEGUE
AO DESMAIO LÓGICO DE UM DROGADO
NUM ALBERGUE SUJO
NA INSÃ CONSCIENCIA DE UM ALUCINADO...
NO ENTERRO ÓBVIO
NO FIM ATROZ