SANTA RITA, MINHA TERRA
Francisco de Paula Melo Aguiar (*)
Minha cidade de Santa Rita,
Fonte de minha inspiração;
Tu não passas de um dormitório,
És o sol de fogo em minha visão.
Sol de fogo como lua prateada,
A folhagem do canavial;
Rumoreja e farfalha ao vento,
Tomando banho fluvial do Paraíba.
Estrada de Manema,
Tempo colonial;
Por aqui o sertanejo descançava,
Com destino a capital.
O canavial queimando,
O vento soprando o bambuzal;
Como sol de fogo em areia dourada,
Por asfalto, ferro e mar ligando a capital.
Forte Velho, Ribeira e Livramento,
O Atalaia, primeira edificação colonial;
Tibiri e Mumbaba,
A popular a nossa visão espacial.
A popular é o meu lugar,
Terra de gente boa;
Que não vendo;
E não troco por qualquer lugar.
Aqui se tem de tudo,
Teve até chafariz de leite;
Água, rio e riacho,
História da política do desfeite.
Tem o açude de água mineral,
Local confidente do arrabalde;
Lugar preferido para tomar banho,
Sem precisar de lata ou de balde.
É esta a minha terra,
Santa Rita, terra de moça bonita;
Gente de pele tostada de plantar,
De cortar cana para a usina apitar.
Ficam as portas,
Apenas os parasitas;
Aqui é a terra do trabalho,
E o povo grita: Viva Santa Rita!
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(*)
Membro da Academia Paraibana de Poesia
e da Academia de Letras do Brasil.