Amor em Quatro estações

Primavera

Gorjeiam os pássaros, a natureza jubilosa festeja a primavera.

Os jovens apaixonados correm pelo campo em buliçosa alegria.

A natureza palpita, comemorando a adolescente fantasia.

Risos, beijos furtivos, rostos afogueados, tempo de quimeras.

A terra se entrega ao embalo poético do ambiente em festa radiosa

As flores se abrem sensuais e perfumadas, aos beija-flores curiosos.

A mata orvalhada desperta em sinfônica melodia romântica, jubilosa

Os jovens amantes se descobrem no cenário, encantados, audaciosos

Poema de tímida entrega, o amor primaveral sem dor, virgem de desenganos...

Borboletas azuis, retalhinhos do céu, testemunham o doce afago.

A aragem fresca da manhã passeia nos corpos nus plenos de encantos.

Os jovens se entregam ao burburinho do amor, sem malícia, senenfado.

Verão

O sol escaldante explode em convulsiva sensualidade.

A terra oferece-se num poema de entrega, extenuada

Os jovens amantes enternecem-se na volúpia da sexualidade.

É uma hora mágica...Os corpos se adoçam na tarde suada.

O amor amadurecido explode em sensações libidinosas...

Corpos se misturam em cadência ritmada, em orgasmos múltiplos.

A entrega dos amantes é doce orgia, vertendo pelos poros voluptuosa.

É o amor do estio, pleno, pronto para a procriação, no momento túrgido.

As aves sedentas se avizinham do lago em estreita intimidade.

O fruto da fadiga prazeirosa se esparrama pelos corpos cansados

O mormaço veranoso passeia animando o casal apaixonado.

Verão dadivoso, cúmplice ardente da sedutora felicidade.

Outono

As folhas suicidas esparraman-se no chão na sua coloração dourada

É outono, estação do frutificar. A natureza desabrocha o sabor do amor...

Sentimento enraizado, que brota nos seus vários sabores de fruta adocidada...

Os amantes se buscam com o controle de quem provou o amargo gosto da dor...

A Paixão outonal é torrencial, chuva de bençãos, derramadas pelo Criador...

Casais passeiam de mãos dadas, pisando nas folhas que o vento esparramou...

Não há sofreguidão pela posse, nem a timidez de quem nunca amou.

Há sim,o respeito do saber esperar que solidamente frutificou...

Estação de frutos podres e saborosos que colhemos com prazer,

que saboreamos lentamente, com a sabedoria de quem aprendeu a viver...

O vento brinca,fazendo cócegas nos corpos maduros que se misturam

Tempo de mistério, somos essências verbalizadas que se conjugam.

Inverno

Pela vidraça, pode-se ver a neve, caindo em sua brancura...

Tempo de aconchego.A natureza parece querer se esconder...

Lá fora, o frio como que deseja fustigar as lembranças em sua doce tortura.

Os amantes se recostam abraçados diante da lareira para do frio se proteger...

Momento de nostalgia.A natureza acalma-se da sua impetuosidade.

Embevecidos, os amantes, cabeças nevadas, pintadas pelo tempo.

sorriem na sua quieta paz de amor que sobreviveu à fatalidade...

A união em busca dos momentos vividos é doce sustento.

As mãos rugosas se entrelaçam numa cumplicidade envelhecida...

No balanço das horas, o amor cristalizou-se na poesia sucessória dos anos...

Os amantes, em calma sabedoria, guardam em parceria os desenganos

No invernal das emoções, os amantes se comprazem da missão cumprida...

tarsila arantes
Enviado por tarsila arantes em 12/11/2014
Código do texto: T5032352
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