SOU

Sou tempestade de areia

Que no deserto se agita

Sou a voz que não se ouve

Mas que fala, mas que grita

Sou a voz da consciência

Que acorda moribundos

Sou a luz da minha sombra

Que brilha entre dois mundos

Sou a outra parte de mim

Que há muito de mim fugiu

Sou o eu, que em mim habita

Que nunca de mim saiu

Sou a árvore que renasce

Da raiz da minha morte

Sou a força da inércia

Que dá outro rumo ao norte

Sou a dor que dói em mim

Sou a outra face da Lua

Sou o cavaleiro andante

Que em seu Cavalo, flutua.

Mário Margaride
Enviado por Mário Margaride em 27/05/2007
Código do texto: T503137