SOU
Sou tempestade de areia
Que no deserto se agita
Sou a voz que não se ouve
Mas que fala, mas que grita
Sou a voz da consciência
Que acorda moribundos
Sou a luz da minha sombra
Que brilha entre dois mundos
Sou a outra parte de mim
Que há muito de mim fugiu
Sou o eu, que em mim habita
Que nunca de mim saiu
Sou a árvore que renasce
Da raiz da minha morte
Sou a força da inércia
Que dá outro rumo ao norte
Sou a dor que dói em mim
Sou a outra face da Lua
Sou o cavaleiro andante
Que em seu Cavalo, flutua.