Blasè nosso de todo dia

Um canteiro de terra preta

eu vi.

Vazio de verde,

mas cheio do corpo

negro de um homem.

Flores não possuía

o canteiro, porém,

o homem estava

tão bem plantado

que as pessoas

que por ali passavam

nem o desejavam bom dia,

pois na cidade,

pessoas sérias

não falam com plantas.

Outro dia,

quando voltei,

já não estava mais lá.

Será que foi procurar

um outro canteiro,

o homem-planta?

Ou será que ele

virou um homem-calçada?