Em paz

tua imagem; a cor de tudo em que eu punha os olhos

tua fotografia; memória dos dias do coração bom

tua lembrança; cheiro da poeira que o tempo não varreu

teu abraço; os dedos que eu soubera de cor

teu andar apressado nos paralelepípedos

as frases que terminam com mudez desajeitada

a rotação na tua circunferência, o toque completo

o translado dos braços que dançam em parábola

a incongruência, a incógnita, a ignomínia

nossa charada tresloucada, passos e acasos

e coisas simples como sentir, como doer

a despedida, as promessas, as contradições

a surpresa, repensar, reescrever, de novo você

sem pretensão de ser, como um nó que se desfaz

só queria dizer -como é que vai

se não vai, como então que fica

e se for, que vá em paz

pedro toscan
Enviado por pedro toscan em 10/11/2014
Reeditado em 09/05/2016
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