Sufocada
 
Pensei até que  iria  brilhar
Tudo me indicava que sim
Mas fiquei sem enxergar.
Aconteceu. Pobre de mim.
 
Era muito peso, faltava espaço.
Remexiam meu eu que desconforto
E agora meu Deus o que faço?
Desse jeito acabo sim “o morto”.
 
Não desisti não, tentava respirar.
Muito, muito difícil, eu confesso.
Aquietei-me e pus-me a balbuciar:
Calma! Socorro a quem eu peço?
 
E no auge da calma controlada
A resposta logo veio, em seguida.
Dê tempo ao tempo, espere calada
Na hora certa eu refaria minha vida.
 
E assim foi, o tempo lento passando.
Os dias escuros quase não acabavam
E eu sufocada, quieta, ali aguentando.
Esperava meus amigos que chegavam.
 
Veio o Sol, ufa quase escaldante.
Veio a Chuva que me refrescava.
Veio o Vento, muito pouco e distante.
Veio o Tempo, pelo qual eu aguardava.
 
O peso que diariamente acontecia
Sobre meu corpo sem quase espaço
Alguma esperança a mim trazia
E agora, não podia ouvir o cansaço.

O calor, o peso, a chuva foram cedendo.
E uma fresta fina de luz me apareceu.
Quando dei por mim o sol estava vendo.
E meu coração abafado agradecia.
 
Consegui difíceis momentos driblar
Esperei sim o Tempo, com resignação.
De uma semente SOU ÁRVORE  a enfeitar
Caminhos, até daqueles sem compaixão.