Novos Tempos!

A vaga insana libera telúricas visões

A imagem, a teia condensada, submerge nos porões

Dilacerados braços agarram a fuga dos libertinos versos

Encaixam em crisálidas mentes revolvendo-lhes o fulgor

Nostálgica parada da última nave de itinerários reversos

Fim da linha das feras adestradas que sucumbem o amor

Fatídica ilusão desalinha os contornos lúgubres e umbelinos

Reverbera nas abóbadas das catedrais, horrendos gritos felinos

Eclodem ribombados clamores deslizantes em seus assoalhos

Imaculados das sandálias que aplicaram golpes, na carne ardores

Profana violação vê-se no santuário inerte dos sentidos falhos

Provisório alento como um gêiser se expande fluindo reais amores

A calmaria declina qual uma ave de comportamentos noturnos

Na íngreme colina sepultada pelos restolhos e fragmentos soturnos

Algemam-se os ímpares desvarios rechaçados tais velhas fragatas

Indolente chama funérea esvai-se pelas janelas e gradis afora

Cintilantes estrelas se aliam aos bons ventos em excelsas sonatas

Branda luz sinaliza uma manhã onde tudo começa a partir de agora

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 09/11/2014
Reeditado em 13/06/2016
Código do texto: T5029055
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