FUI ASSIM!

Saltei pedras e paredes

Atrás da bola corri

Fui à pesca, agarrei redes

E a maior das minhas sedes

Foi sempre esperar por ti!

Fui traquina, sonhador

Lancei a corda, o pião

Hoje sou um trovador

Entregando todo o amor

À mercê de um coração!

Porque fui um rapazote

Que estudar `inda quis

Visto agora este “capote”

Agarrado ao laçarote

Só para ser mais feliz!

Fui uma criança sem nada

Sem brinquedos a bem dizer

Mas tive na minha estrada

A maior bênção sagrada

Que um dia me fez nascer!

Fui um menino inocente

Chorando no mundo, as mágoas

Procurando o sol poente

E ter sorriso eminente

Assim espelhado nas águas!

Fui o que ditou a sorte

Talvez até um velhaco

Quem sabe um fraco bem forte

Ou por constante desnorte

Um forte caído e fraco!

Fui o que fui tão-somente

Nem sequer fui obrigado

A ser na terra a semente

De um Deus que cala e consente

Ser este …o meu triste fado!

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 07/11/2014
Código do texto: T5027075
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