FUI ASSIM!
Saltei pedras e paredes
Atrás da bola corri
Fui à pesca, agarrei redes
E a maior das minhas sedes
Foi sempre esperar por ti!
Fui traquina, sonhador
Lancei a corda, o pião
Hoje sou um trovador
Entregando todo o amor
À mercê de um coração!
Porque fui um rapazote
Que estudar `inda quis
Visto agora este “capote”
Agarrado ao laçarote
Só para ser mais feliz!
Fui uma criança sem nada
Sem brinquedos a bem dizer
Mas tive na minha estrada
A maior bênção sagrada
Que um dia me fez nascer!
Fui um menino inocente
Chorando no mundo, as mágoas
Procurando o sol poente
E ter sorriso eminente
Assim espelhado nas águas!
Fui o que ditou a sorte
Talvez até um velhaco
Quem sabe um fraco bem forte
Ou por constante desnorte
Um forte caído e fraco!
Fui o que fui tão-somente
Nem sequer fui obrigado
A ser na terra a semente
De um Deus que cala e consente
Ser este …o meu triste fado!