Burn’s!

Chutou o prego até ficar rosca de fratura exposta,

Como chutou, feito um alucinado, escovas,

Todos os dentes voando abaixo da linha,

Do Trópico de Câncer, oblíquo centauro,

Segurando a lanterna, tropeçando na língua,

Outro coice na altura das pestanas, giz,

Cera na fachada com sombra do vulcão,

Tirou o seio para fora, apelos da noite,

Nem pude tocar, tamanha a distância,

Ouvidos moucos, passou mais um morcego,

A velha teia que enrosca no pescoço árido,

Fumaça esguia, contagem da sobra do almoço,

Olha, suspira, respira fundo, chora no banheiro,

Prego arrancado na carne latejante,

Um rasgo virtual sobre folhas amassadas,

Arrasta o pé pela ladeira bêbada, sóbrio,

Boas notícias que demoram a chegar, oras,

Doem até os bagos da uva seca, frigideira,

Tem que rir até para os fantasmas presentes,

Noite em fuga, outro achado, sugadores gnomos,

Sai da redoma para tocar um rosto próximo,

A mão caleja pela tralha que carrega,

No vácuo, alguns dissabores por falta de moeda,

Para ter um livro impresso algum dia,

O olho que a sorte traz!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 27/05/2007
Reeditado em 02/08/2008
Código do texto: T502637
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