Ah, como queria...

Ah, como queria perder-me no céu de tua boca
E encontrar-me, afinal, na abóbada de teu palato,
Sugar o infinitivo de tuas bochechas, com tato,
Sentir-te demente, em tudo que sentes, louca.

Ah, como queria reverberar em teus ouvidos,
Sussurrando minhas juras, sentindo-te maluca,
Ao mordiscar tua orelha, teu pescoço, tua nuca,
Ver-te desfalecer em meus braços, sem sentidos.

Ah, queria perder-me em teus cabelos revoltos,
Encontrar-me de novo em teus olhos esgazeados,
Sugar tuas lágrimas do tanto que me hás amado,
Prender-me em teus braços, onde me sinto solto.

Ah, queria sentir-me em tuas coxas, conformado,
Prisioneiro que abdica de sua própria liberdade,
Vivendo sempre contido, contigo, nesta dualidade,
Do tudo que és, do tanto que tenho te amado.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 06/11/2014
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