Retorcido
I
Pleno na relva sólida do sonho,
Trapos na estrada - bravo catavento,
Mesmas sucatas vivas desta terra.
Já que se anula a treva dissonante
Ao bíblico bocejo da manhã,
clara, no berço, a faca de catástrofe
Movia, solitária, a cabeleira.
Mijo eterno de Júpiter no galo.
Não veio e não virá do engano a mímica,
Somente na calçada alguns resíduos
Da cantoria morta, contemplada.
II
Retiram-se as cabeças oceânicas,
Antes imóveis, do sistema em bruma
Pois que é inexato, revelando acúleos.
Sumir na chama, cova em gruta, espírito
Bordado: Grão somente, embora grão.
Rosa simétrica (sem ventos) sem
Pulmão, ora alimenta, ora anoitece.
Mão de moça por si conforta a casa
Ou emagrece a tarde, a noite,
o dia.
O medo cresce no jardim ao lado.
Encontro o mesmo sonho em cor, soluto,
e a graça volve a risco, mel e vulto