PROMESSAS
(Sócrates Di Lima)
Carreio dentro de mim,
os meus bois....
E sigo estradas,
e canteiros dos meus ais!
No dorso das minhas querências,
Açoito os ventos,
que se fazem vendavais,
nos caminhos e trilhas,
Arrastam nuvens e folhas,
Desfolham flores,
E lançam no ar,
as fragrâncias
dos meus desejos...
Minha estrada, ainda, é longa,
Calço meus pés com sandálias
da compaixão,
E as mãos calejadas,
da labuta do amor,
Que o tempo fragmenta.....
Mas, quando a aurora desponta,
No arrebol dos meus sonhos,
Liberto-me das amarras antigas,
E caio nos braços do amor que chega,
E desarruma as páginas dos meus livros,
E nas folhas vazias e amareladas,
pincela as cores do arco-íris,
e escreve versos de amor e prazer,
Como quem nunca tenha recebido cartas,
e declarações de um amor não solene..
e promessas de um novo tempo.
E como um carreiro louco,
Atrelo meu carro e açoito meus bois,
com chocalhos, varal e canga,
e prumo meus sonhos,
na longa estrada do amor,
que, ainda, me resta caminhar.
Jardinópolis-SP., 05/11/2014
http://www.ntelecom.com.br/users/pcastro1/carrodeboi.htm#carro