Mulher gata
Já não sei o que tu és, se mulher ou felina,
Das tantas formas como tu te apresentas,
Para mim, como agora, quando te sentas,
Apoiando a face sobre os braços, feminina.
Nestes momentos em que te ouço a ronronar
Em meus ouvidos, como se uma gata no cio,
E sinto tuas unhas, garras arranhando o lacínio
De minhas costas, no instante de me amar,
Ou quando, então, brincas com minhas bolas,
Nelas te enredando como em etéreos novelos,
Divertindo-te até mesmo com o próprio desvelo
Com que me fustigas, com que me assolas.
Já não sei o que és, se mulher ou uma gata insone,
Que brinca comigo, antes de desferir o golpe fatal,
No indefeso camundongo em que me torno, afinal,
Quando estou em teus braços e, solene, tu me comes.
Já não sei o que tu és, se mulher ou felina,
Das tantas formas como tu te apresentas,
Para mim, como agora, quando te sentas,
Apoiando a face sobre os braços, feminina.
Nestes momentos em que te ouço a ronronar
Em meus ouvidos, como se uma gata no cio,
E sinto tuas unhas, garras arranhando o lacínio
De minhas costas, no instante de me amar,
Ou quando, então, brincas com minhas bolas,
Nelas te enredando como em etéreos novelos,
Divertindo-te até mesmo com o próprio desvelo
Com que me fustigas, com que me assolas.
Já não sei o que és, se mulher ou uma gata insone,
Que brinca comigo, antes de desferir o golpe fatal,
No indefeso camundongo em que me torno, afinal,
Quando estou em teus braços e, solene, tu me comes.