Das inutilidades
A voz mansa sempre,
o gesto meigo,
passou pela vida
como a querer consumi-la
em todos os seus momentos.
Engano puro...
Veio a época das inutilidades
E mais que todos
os demais terrenos úteis,
o inútil foi demarcado,
sentenciado e descartado...
Passou pela vida
sem ter visto,
sentido,
amado
NADA.
Passou, simplesmente,
sumindo qual escuridão
ao raiar de um dia;
deixando à sombra da ação
a reação da eternidade.