Paradoxo das Paixões

Vastas as linguagens do amor,

poesias, prosas, gestos, ardor;

e o que ama deslumbra-se ardil

e a amada recatada sucumbiu

aos cantares e ninares do cancioneiro

e aos versos e cantigas do trovador

ficou então ao invés da dor uma paixão

que avassala e despetala o coração.

Vastas as dores insípidas da solidão;

paradoxo, antítese de tesão

e, o platonismo sem mais lirismo esmorece

enquanto a alma desossada enlouquece

àquelas mágoas vívidas da morte em vão,

àquelas mortes inodoras da podridão

do corpo inerte, imóvel, em um caixão

à luz da campa, flores que murcham, inanição.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 04/11/2014
Código do texto: T5023086
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