(DES)ENCANTO
Vou sair de mim,
exportar meu medo,
desenhar meu grito.
Não sei se volto,
pode ser que sim quando sentir que meu grito não faz eco.
Talvez eu seja um simples borrão,
mas então eu precisaria mais que uma canção pra encantar.
Eu não era assim,
meu sonho não era assim,
meus passos não eram esses.
Quando dei por mim já estava aqui parada,
olhando a vida passar.
Jamais quis ser mais,
só quis ser alguém.
Sou diferente, isso assusta as pessoas.
Mas eu sei ler os olhos,
talvez é isso que os assusta...
Canto,
mas sei calar também.
Porém,
não permito que me calem,
só silencio se achar que devo.
Exploro cada canto do ser,
contemplo atenta a roda da vida.
Serei extensa tanto quanto me permitir meu sonho,
mas mantenho o pé no chão.
Não vivo de aparecer,
não preciso ser vista pra existir,
não preciso da aprovação do mundo para ser eu...