saudade
A saudade
É uma porta que se abre
E o passado
Bem na frente da gente
Vem logo e nos abraça.
Vem os cheiros
Vem os perfumes
E todos aqueles risos e carinhos,
Como golpes de faca,
Dilacerando a alma
Em cortes tão profundos
E duradouros
Fraquejando as pernas
Me tirando o gosto
E o gozo...
De que vale a vida?
Ah saudade cruel...
Impiedosa e sorrateira
Engana-me
Com a doçura de uma lembrança,
Convida-me a viver de novo
Mas me envenena,
Me mata aos poucos
De angústia e ansiedade.
Mas se morro todos os dias um pouco,
Na esperança também renasço.
Se morro de saudade, chorando.
Espero sorrindo o reencontro.