Vidas Secas

Vidas Secas

Sob as pegadas do tempo dormem sonhos abortados; desejos cruelmente assassinados; paixões incineradas pelo fogo que já não arde; amores asfixiados pela poeira densa do tédio, da monotonia, da distância do que está intocavelmente tão perto.

Vidas secas!

Sob as pegadas do tempo há tantos sorrisos enferrujados; tantos abraços paralisados pela distância de braços que nunca conseguiram encostar; tanta delicadeza atrofiada pela

impossibilidade de se manifestar; tanta doçura azeda pelo fel de palavras amargas; tantas almas amordaçadas por tudo que tiveram de silenciar.

Vidas Secas!

Ainda assim a esperança semeia possibilidades sobre esse

solo aparentemente estéril, seco, infértil, inóspito, fazendo brotar lindos canteiros de margaridas brancas, que renasceram para provar que há coisas que a morte não é capaz de calar.

Edna Frigato
Enviado por Edna Frigato em 02/11/2014
Reeditado em 13/07/2020
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