Um(a)
Hei de ser fenda
E luz pulsante.
De nômade à tenda.
De douto à errante.
Refém do esboço meu,
Onde o universo abriga
A impaciência do ateu
E dos crentes, a intriga;
Faleço ao pé de mim.
Hei de ser livre
E servo constante.
De plausível à prenda.
De fixo à caminhante.
Palro à beira do rio
Sobre o homem nato
Que, de navio em navio,
Finge pintar o insensato
Céu da minha solidão.
Hei de por fim ao fim
E ser meu próprio introito.
De cânone a folhetim.
De infinitas estrofes a oito.