Um(a)

Hei de ser fenda

E luz pulsante.

De nômade à tenda.

De douto à errante.

Refém do esboço meu,

Onde o universo abriga

A impaciência do ateu

E dos crentes, a intriga;

Faleço ao pé de mim.

Hei de ser livre

E servo constante.

De plausível à prenda.

De fixo à caminhante.

Palro à beira do rio

Sobre o homem nato

Que, de navio em navio,

Finge pintar o insensato

Céu da minha solidão.

Hei de por fim ao fim

E ser meu próprio introito.

De cânone a folhetim.

De infinitas estrofes a oito.

Fábio Simão
Enviado por Fábio Simão em 02/11/2014
Código do texto: T5020474
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