MIRAGEM

das entranhas sai angústia

e da carne sai o desejo...

turbilhão do desespero

que ecoa no ar do tédio...

o gritar estrangula

o ar seco, o ar gélido

que congela o hálito

do contato humano de animal...

faminto e desconsolado

na fauna humana inconsolável

da travessia catastrófica

do arco-íris ilusionista...

um grito parado no ar!

um grito de angústia,

um grito de desespero

ilhado no abismo da solidão...

ergue-se as mãos...

uma lágrima escorre pela face...

como está frio!

a vida do desamor...

ser cego para poder ver

o sonho, a magia,

o mundo da ilusão,

a realidade da imaginação...

a vida grita que não...

quem vê não tem volta...

não adianta saber

porque o saber é infeliz...

o vendaval congela a vida

na esperança vã de progredir...

a fera encurralada

morre afogada na lágrima...

um grito parado no ar

na angústia de estar no meio do nada...

um deserto infinito

que apodrece os sentidos...

sentidos de sentir

a nascente transbordar...

se aquecer ao sol

e invadir a miragem dos sonhos...

carline
Enviado por carline em 01/11/2014
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