Vandalismo
Derrubei os muros do teu coração,
E pichei de vermelho o que sobrou.
Nada ficou de pé,
Sequer uma simples ilusão.
Pisoteei palavras,
Rompi as aldravas,
Entrei de repente, sem medo ou vergonha,
Sob tuas narinas, sem qualquer cerimônia,
Pus um algodão embebido em amônia
Para que tu acordes,
Para que tu despertes.
Violei os lacres que ainda faltavam,
Rasguei teus cartazes de "Não perturbar"
Joguei-os no fundo viscoso de um lago
E bati os pés, para me veres passar.
Nada jamais será o mesmo,
Abaixo o teu comodismo!
Dedico-te a fúria
Do meu vandalismo!