PAUSA
Indecifrável,
indolente,
intrigante,
insondável.
Era assim meu passo,
era assim meu medo de tentar e cair mais uma vez.
Tentei,
cai.
Abalada por sonhos que vi indo junto com minha vontade de tê-lo em meus braços,
vivi uma dor cruel e indefinida.
Não vou voltar,
dói quando penso nisso.
Vou pausar momentos,
silenciar remotas distâncias,
reinventar um jeito de viver sem você.
Perdi,
parei,
sofridas idas e vindas que me deixam com o gosto do fel na boca. Menor que meu pensamento,
melhor que não ser alguma coisa,
ou ser e depois deixar de ser.
Abandonada à própria sorte,
num mausoléu que sou eu mesma.
Vindo de mim,
sendo pra mim mesma a cada verdade incontida nesse abismo de disparidades vis.
Cansada,
não pretendo sorrir até o próximo dia em que uma estrela vier dizer que você tem um lugar pra me acalentar.
Só não chora, tá?
Espero o momento de chegar na beira de um lago imenso e profundo
e sorrir pra você.