NÃO NOS ABANDONES!! In Memoriam aos ancestrais africanos.

(Poema de Mphumo Kraveirinya©30.10.2014 – devida vênia)

NÃO NOS ABANDONES!!

(in Memoriam dos Africanos do passado, 'passageiros' dos tumbeiros)

Em minhas insónias

Vultos de espíritos aos milhões

(serão 120, serão 160… milhões, ou mais?)

Murmurando em surdina:

Não nos abandones…

Não nos abandones!!

Faz com que não nos esqueçam,

Que das florestas dos espíritos africanos,

Fomos traídos, espoliados e vendidos…

Que nas rotas de escravos,

Homens, Mulheres e Crianças (como nós) –

(para a Europa, Américas e Ásia,

gado humano, nos tumbeiros levados),

Se torna na História

Um mero acaso do processo,

Da codícia e ganância dos homens,

(Das artimanhas ninguém fala).

Não nos abandones…

Não nos abandones!!

Milhões de vozes ecoam

Em ‘Spirituals and Blues,’

Nas têmporas das minhas noites, insones!

…Não nos abandones…

…Não nos abandones…

…Continuam cantando:

‘Oh Sweet Lord, Help me…

My life a misery…’

(Mas o único lord que surge,

é o senhor amargo, com o látego na mão.)

…Não nos abandones…

…Não nos abandones!!!

(Continuam cantando em meu sonhos,

até o Sol raiar!)

(Autoria de Mphumo Kraveirinya©30.10.2014)

– Devida vênia ao autor, e muito grato pela cedência do poema neste meu recanto –

RECEBIDO ANEXO DO AUTOR DO POEMA.

ANEXO

Promotores do tráfico de escravos de África para o Mundo

- século XV-XIX (1433-1876):

- Europa: Reinos de: 1º Portugal; 2º Espanha; 3º França; 4º Inglaterra; 5º Holanda; 6º Itália (Veneza, Florença, Génova); 7º Dinamarca; 8º Suécia; 9º Áustria (grande Germânia: Prússia e Hungria); 10º Rússia; 11º Bélgica (mais no período colonial); 12º Noruega (ocasional para os baleeiros de pesca). (Etc.)

Tradição anterior de europeus venderem europeus. Prática germânica secular.

Nas colónias europeias em África o colonialismo assumiu novas formas de escravatura encapotadas a partir de finais do século XIX.

As sequelas deixadas de 581 anos de desumanidades e humilhações originariam os racismos do século XX-XXI. Obviamente esses complexos (coloniais) herdados levarão outras tantas centúrias a diluir, ou a desaparecer. Porém é preciso ir desconstruindo complexo de superioridade e os inculcados de superioridades, a partir de inverdades científicas.

Outros promotores do tráfico de escravos:

- Turquia aboliu em 1858 (antes de Portugal, último na Europa a abolir em 1876, e do Brasil em 1888.

- Américas: Brasil último país cristão (ocidentalizado), a abolir a escravatura em 1888.

Escravatura clássica até ao século XX:

- Magrebe até 1923 (Norte de África muçulmano, como Marrocos);

- Mauritânia (em 1982).

- Djibouti praticou a escravatura até 1956 então parte da Somália, colónia francesa. Independente desde 1977.

A maioria dos países africanos eram colónias europeias. Excetuando a Etiópia que nunca foi colónia em 4 mil anos. Em 1896 repele a invasão colonial da Itália. No século XX, durante a segunda guerra mundial, sofre cerca de 6 anos de ocupação-vendetta da Itália dos facha de Mussolini (1935-1941).

- Península Arábica (todos aboliram no século XX) – alguns exemplos:

- Iraque em 1924.

- Transjordânia e Irão em 1929.

- Bahrein 1937.

- Kuwait 1949.

- Qatar 1952.

- Arábia Saudita aboliu em 1962 (maior aliado muçulmano do ocidente).

(África do Magrebe). No século XXI a escravatura tomou outras formas, como no Darfur - Sudão muçulmano, com cativos núbios para abastecer o mercado árabe de eunucos, guarda-costa, e haréns do Médio-Oriente).

(Mphumo Kraveirinya,© 30.10.2014)

Mphumo Kraveirinya (2014)
Enviado por Kuaracy Xaman em 30/10/2014
Reeditado em 30/10/2014
Código do texto: T5016772
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