Há!

Há um presente que se deseja crível

Como o santo e seu milagre intangível;

Há um momento de tempo imperceptível

Fugaz qual paz em chão de guerra insanável;

Há quem deseje e se torna invisível

Se o insucesso é constante e insuperável;

Há quem aponte algum futuro mais plausível

Mesmo que o ontem faça o hoje tão sofrível.

Há quem se lance à luta com o “invencível”

Crendo que a volta seja revolta possível;

Há quem duvide seja o poder destrutível

Mas há quem o prove, em qualquer tempo, derrotável;

Há quem aposte no lance mais desprezível

E o faz tornar-se concreto, realizável;

Há o homem, sim, que se acredita renovável

E faz-se, em meio aos cacos velhos, marca do novo, indelével!