Pés no chão
Às vezes é preciso
Arrancar os sapatos
Colocar os pés no chão
Sentir a aspereza da terra
Sem medo de pisar
Sobre os grãos
Sobre os cacos
Sobre os restos
Dos galhos mortos
É preciso despir-se
Do solado artificial
Tornar-se natural
Porque é assim
Que viemos ao mundo
Sem nada
Sem vestes
Sem calçados
Sem armaduras
É preciso resgatar
O contato com o puro
Que embora nos pareça duro
Pode trazer de volta a leveza
E a única certeza
De que é no chão que a vida começa
É para o chão que ela regressa
Então, pra quê orgulho?
Jô Coelho
Às vezes é preciso
Arrancar os sapatos
Colocar os pés no chão
Sentir a aspereza da terra
Sem medo de pisar
Sobre os grãos
Sobre os cacos
Sobre os restos
Dos galhos mortos
É preciso despir-se
Do solado artificial
Tornar-se natural
Porque é assim
Que viemos ao mundo
Sem nada
Sem vestes
Sem calçados
Sem armaduras
É preciso resgatar
O contato com o puro
Que embora nos pareça duro
Pode trazer de volta a leveza
E a única certeza
De que é no chão que a vida começa
É para o chão que ela regressa
Então, pra quê orgulho?
Jô Coelho