VERSOS À PRIMAVERA

 
Ausente andei de ti, ó primavera!...
Mas chegou o festivo setembro
e tudo em minha alma pusera...
Eu me lembro, eu me lembro:
vaso derramando de flores;
"de flores várias em matiz e odores".
 
Veio a primeira chuva
e a chuva uma outra história principia”,
dizia Quintana... Então despi a luva
pois se até o sol saltitava e ria...
Deixei para trás o inverno, sua velha sombra
e rolei pela esmeraldina alfombra...
 
E me pus a brincar feito menina...
AH! Shakespeare, alma desditosa?!!!
Me perdoe a afronta à tua sina,
mas a mim tocou-me o lírio, celebrei a rosa;
cantei o gorjeio das aves, aspirei as fragrâncias
e compus aqui o meu verso... Nessas estâncias...
 
 

 
 


( A alusão a Shakespeare é só pelo fato de ter lido um poema do mesmo no qual que ele diz não ter conseguido versar a primavera porque ela não o havia tocado) 
 
 
 
 ( Imagem: facebook)