Da Enfermeira

Queria tanto te ver, num noite-dia da cor

que me fiz um favor...me deixei adoecer

para vestir o prazer desse branco curador

que te veste, negra-flor, num negro embranquecer.

Sua pele escura - a nua tez que convida -

se (de branco) vestida, se faz tão terna e pura

que na paz da brancura, minha alma inibida

se enxerga despida por sua negra ternura.

Sim, foi só brincadeira; mentira, ficar doente!...

mas o que nunca mente...que vem sempre verdadeira

como se fosse freira vestindo a paz que sente

e, pacificamente, se despindo guerreira

é você, enfermeira; de branco na minha mente...

a, embora ausente, negra presença mineira.

22-10-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 26/10/2014
Reeditado em 11/12/2015
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