Da Enfermeira
Queria tanto te ver, num noite-dia da cor
que me fiz um favor...me deixei adoecer
para vestir o prazer desse branco curador
que te veste, negra-flor, num negro embranquecer.
Sua pele escura - a nua tez que convida -
se (de branco) vestida, se faz tão terna e pura
que na paz da brancura, minha alma inibida
se enxerga despida por sua negra ternura.
Sim, foi só brincadeira; mentira, ficar doente!...
mas o que nunca mente...que vem sempre verdadeira
como se fosse freira vestindo a paz que sente
e, pacificamente, se despindo guerreira
é você, enfermeira; de branco na minha mente...
a, embora ausente, negra presença mineira.
22-10-2014