AS FACES DO TEMPO

Tem hora que o tempo para

Aos olhos tristes e descontentes

Que ver a dor doer lentamente

E o vento cúmplice que se cala

Tem hora que ele dispara

Diluindo o prazer rapidamente

O gozo é fugas e se faz ausente

E a luz, o vento sopra e espalha

Tem hora que ele é indiferente

Passa sorrateiro e a revelia

É preciso, sem dor ou alegria

E se torna invisível de repente

Tem hora que ele quase não existe

É quando a felicidade é inacreditável

O sonho numa realidade contestável

Nos faz crer irreal a verdade que insiste.