Passou Lisboa
Passou os estreitos entre escadinhas,
praças calçadas e miradouros
magia que se eleva da profundeza,
já rendida ao dissabor,
do ar gingão que já teve...
Cosmopolita, parasita,
ambientes criados na rua,
surgidos da boémia.
Desnuda no alto das colinas,
onde a beleza continua intocável,
nos padrões que sobre poem as cores vivas,.
Falta o Verde-Mar nas varandas,
e os canteiros nas janelas,
que pelas mãos de uma Taberna
são encurralados pela maresia,
onde um dia existiu a foz do rio que o Mar engole.
Passagens nas mãos de Cristo,
que me arrastam para o Berço,
onde as esmolas de rua,
entre cantos e desencantos se salvam,
e o encanto da sua passagem,
nunca mais será igual,
para quem um dia a viu menina e moça...
Nuno V Godinho