Espera

Esse poder

Outorgado às ficções da solidão

De onde vem?

Nunca me esbocei um ser

Que tendo coração

Parecesse ninguém.

Eu queria um parto imaculado

Uma alegria orgástica

Ao sentir o abraço dos homens

E não esse olhar amuado

E sonhos sem mínima história mística

Que à saudade não convém

Quem, dos homens sabidos de piedade

Se recordará de mim

Da minha aptidão para a vida

E num acanhado gesto de saudade

Me livrará deste fim

Com um bilhete de apenas ida?

Odibar João Lampeão
Enviado por Odibar João Lampeão em 24/10/2014
Código do texto: T5009954
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