Espera
Esse poder
Outorgado às ficções da solidão
De onde vem?
Nunca me esbocei um ser
Que tendo coração
Parecesse ninguém.
Eu queria um parto imaculado
Uma alegria orgástica
Ao sentir o abraço dos homens
E não esse olhar amuado
E sonhos sem mínima história mística
Que à saudade não convém
Quem, dos homens sabidos de piedade
Se recordará de mim
Da minha aptidão para a vida
E num acanhado gesto de saudade
Me livrará deste fim
Com um bilhete de apenas ida?